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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Inércia.



Vez ou outra me pegava assim,morta. Uma espécie de zumbi da modernidade.
Mas não totalmente morta, eu fingia estar viva e respirava como viva, Mas tudo funcionava como um jogo de palavras.

Como um disfarce.Por fora eu era tudo que uma jovem bem sucedida e feliz, era. Por dentro eu gritava e estava desesperada.
eu vivia como se já tivesse vivido, como se nada mais fizesse diferença. Uma velha 70 anos no corpo de uma jovem de 20.

E assim eu ia quase todo mundo caía na minha, eu disfarçava perfeitamente. todos ao meu redor acreditavam na minha mentira.
E aí eu me perguntava o que eu realmente queria? quais eram meus sonhos? onde eu queria chegar? Se eu continuaria sobrevivendo
e mentindo pra todos ao meu redor. As respostas não chegavam. as idéias não surgiam, tudo que restava era um enorme vazio.
Vazio em todos os aspectos, eu precisava me encher de algo. E ao passo que meus olhos percorriam kilômetros procurando a saída
de tanta monotonia e inércia, Eu apenas sobrevivia. Como um drogado sem mais perspectiva de um futuro.

sábado, 7 de agosto de 2010

Exercício.

"O pior de tudo é que todos os dias eu digo á minha emoção: Tenha mais juízo, moçinha!
Mas , não adianta. Ela nunca me escuta. ah! emoção teimosa."

J chaves.

Ausências..


Ô Saudade boba, quem te deu permissão pra invadir assim meu peito? Isso é violação domiciliar, sabia? Ainda mais se tratando de domicílio de sentimentos, é infração gravíssima. Aqui já mora muita gente, se não percebeu. Aliás, gente demais até. Tenhos enes sentimentos pra tomar conta e estes já me dão muito trabalho. Ai vem você tola saudade, Fazendo a maior bagunça aqui. Você sempre soube que seriam apenas momentos rápidos, chegou a hora de tomar juízo né? Portanto não sejas inconveniente, procure um outro lugar. AQUI não há mais lugar pra você.

quinta-feira, 22 de julho de 2010


"Como num filme mudo antes da invenção das palavras.. afinei os meus ouvidos, pra escutar suas chamadas.." (Frejat - Túnel do tempo)
Eu fui salva de todas as formas. Sem esperar, nem notar mais fui. Estranhamente por um par de olhos puros, que até não totalmente puros. Mais completamente pra mim. Sentia uma leveza e compreensão absurda. Como de mãe pra filha. Como se tivessem me enviado um anjo só pra mim, Remendando tudo de melhor em mim. No momento certo, da forma certa. Só o destino que errou.



Na foto : Lago paranoá - Brasília.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O fim


Mais uma vez eu engolia a mágoa sem digeri-la completamente, ela dilacerava tudo por dentro. Na minha garganta a rolha que prendia todo aquele ressentimento, queria voar á quilômetros. Eu era só uma face, uma atriz amadora sem sucesso. Maquiando toda aquela minha frustração me sentia aflita, cansada. Uma atleta que está prestes a concluir vitoriosa a sua prova, mais que de tão cansada de correr perde por milésimos de segundos. Eu realmente me esforçava, e nossa como eu me esforçava. Aquele amor já estava na fase da "Burrice do amor agudo" daqueles onde não havia mais 1% do meu corpo que escapasse. Eu estava entregue. Ou como um dos meus amigos mais próximos costumava dizer : já era, você já era. E realmente, eu realmente já tinha sido. Eu fui alguém resistente, mas agora já era mesmo. Corpo, mente e pernas cansadas. até onde eu duraria? até quando eu aguentaria? Até onde ele conseguiria continuar fingindo tão mal? Eu já estava apelando pra sorte e pra forças maiores, Ou qualquer coisa que me livrasse daquele fim tão próximo, era tão nítido que me custava a abrir os olhos. É mais uma hora tem de se abrir os olhos. Não dava mais pra simular, o meu falso talento de atriz chegara ao fim. Enquanto a angústia que mais parecia uma colher de sopa de chá fervente subindo e voltando pelo meu esôfago, meu estômago borbulhava como se um vulcão prestes a entrar em erupção, quase vomitando as milhares de palavras. Suportava. É. essa é a palavra. Eu concentrava o máximo de forças, mais nada bastava. Pra ele, era pouco. Sempre falava que não. Mais seus olhos, entregava -o. Espelhos de sentimentos, imperdoáveis. Olhos traidores. Eu suplicava, mais já não havia muito o que se fazer, o fim estava perto. E eu de mãos atadas.

domingo, 2 de maio de 2010

Turbulência


Ela sentia como se todos os insetos malévolos tivessem atingindo a superfície mais frágil da pele. Tudo queimava, explodia, a intensidade dava ordens. As batidas do coração dela aceleravam como um carro em uma pista de fórmula 1. Os músculos, os impulsos eram fortes demais pra serem controlados. Era necessário uma bomba de ar pra abastecer todo o oxigênio que lhes faltava.
O coração mesmo tão enterrado, estava exposto. Aliás expostíssimo. Sangrava pulsando em carne viva e em alma morta. Haviam sentimentos quebrados demais, haviam furacões dentro dela. Ela esperava , insistentemente ,talvez já vencida até , para que o "vazio" daquele determinado espaço fosse preenchido. Mas, ninguém era apto. Eram fantoches da instabilidade de sentimentos delas. Um círculo vicioso de seduções e interesses e oportunidades. Não havia portas mais para serem abertas, não haviam mais permissões. As frustrações sempre se sobressaiam no fim, assim como a esperança já descansava conformada, voavam com as cinzas dela. Não havia espaço pra duas tão contraditórias formas. O fato é que no fim, prevalecia sempre o oco. O oco e o silêncio, já eram velhos moradores daquele terreno.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Senhor tempo.


Ai seu tempo, o senhor né? Faz cada coisa que até deus duvida. Uma hora funciona conspirando e em outras situações age revertendo e desfragmentando tudo ao redor. E aí depois fica aí vagando sem nada fazer. Como as pessoas dizem dando um tempo á você mesmo. Como uma valsa serena. E as pessoas hein? . Ás vezes nem lembra que o senhor existe. Os relógios delas nunca param ao menos, nem pra dar tempo de dizer um bom dia pra você. velozes como os anos que voam pela vida delas. Mais ai a vida passa tão vazia e sem graça que lá no fim, lá horizonte da vida ou mesmo dia. Elas nunca se deram conta de quantos bom dias e boa noites deixaram de dar. - Mais ai já é noite né senhor?
Aí já não há muito que se fazer. Ou há. Não sei bem explícitar. A verdade é que o senhor é bem confuso. mas, também não há quem substitua você. Além de dar as respostas pra tudo, ainda é o dono da razão. Não sei como consegue dar conta de tanta coisa. Ai! tempo, tempo, tempo.
Eu quero parar mais não consigo. Eu quero ser sua amiga e andar de braços dados com o senhor a todo momento, saber lidar com esse seu jeito soberano. Mais é que ás vezes falta a serenidade sabe? Promete, que me ensina a lidar com você?
Tô te esperando, tá?