Mais uma vez eu engolia a mágoa sem digeri-la completamente, ela dilacerava tudo por dentro. Na minha garganta a rolha que prendia todo aquele ressentimento, queria voar á quilômetros. Eu era só uma face, uma atriz amadora sem sucesso. Maquiando toda aquela minha frustração me sentia aflita, cansada. Uma atleta que está prestes a concluir vitoriosa a sua prova, mais que de tão cansada de correr perde por milésimos de segundos. Eu realmente me esforçava, e nossa como eu me esforçava. Aquele amor já estava na fase da "Burrice do amor agudo" daqueles onde não havia mais 1% do meu corpo que escapasse. Eu estava entregue. Ou como um dos meus amigos mais próximos costumava dizer : já era, você já era. E realmente, eu realmente já tinha sido. Eu fui alguém resistente, mas agora já era mesmo. Corpo, mente e pernas cansadas. até onde eu duraria? até quando eu aguentaria? Até onde ele conseguiria continuar fingindo tão mal? Eu já estava apelando pra sorte e pra forças maiores, Ou qualquer coisa que me livrasse daquele fim tão próximo, era tão nítido que me custava a abrir os olhos. É mais uma hora tem de se abrir os olhos. Não dava mais pra simular, o meu falso talento de atriz chegara ao fim. Enquanto a angústia que mais parecia uma colher de sopa de chá fervente subindo e voltando pelo meu esôfago, meu estômago borbulhava como se um vulcão prestes a entrar em erupção, quase vomitando as milhares de palavras. Suportava. É. essa é a palavra. Eu concentrava o máximo de forças, mais nada bastava. Pra ele, era pouco. Sempre falava que não. Mais seus olhos, entregava -o. Espelhos de sentimentos, imperdoáveis. Olhos traidores. Eu suplicava, mais já não havia muito o que se fazer, o fim estava perto. E eu de mãos atadas.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
O fim
Mais uma vez eu engolia a mágoa sem digeri-la completamente, ela dilacerava tudo por dentro. Na minha garganta a rolha que prendia todo aquele ressentimento, queria voar á quilômetros. Eu era só uma face, uma atriz amadora sem sucesso. Maquiando toda aquela minha frustração me sentia aflita, cansada. Uma atleta que está prestes a concluir vitoriosa a sua prova, mais que de tão cansada de correr perde por milésimos de segundos. Eu realmente me esforçava, e nossa como eu me esforçava. Aquele amor já estava na fase da "Burrice do amor agudo" daqueles onde não havia mais 1% do meu corpo que escapasse. Eu estava entregue. Ou como um dos meus amigos mais próximos costumava dizer : já era, você já era. E realmente, eu realmente já tinha sido. Eu fui alguém resistente, mas agora já era mesmo. Corpo, mente e pernas cansadas. até onde eu duraria? até quando eu aguentaria? Até onde ele conseguiria continuar fingindo tão mal? Eu já estava apelando pra sorte e pra forças maiores, Ou qualquer coisa que me livrasse daquele fim tão próximo, era tão nítido que me custava a abrir os olhos. É mais uma hora tem de se abrir os olhos. Não dava mais pra simular, o meu falso talento de atriz chegara ao fim. Enquanto a angústia que mais parecia uma colher de sopa de chá fervente subindo e voltando pelo meu esôfago, meu estômago borbulhava como se um vulcão prestes a entrar em erupção, quase vomitando as milhares de palavras. Suportava. É. essa é a palavra. Eu concentrava o máximo de forças, mais nada bastava. Pra ele, era pouco. Sempre falava que não. Mais seus olhos, entregava -o. Espelhos de sentimentos, imperdoáveis. Olhos traidores. Eu suplicava, mais já não havia muito o que se fazer, o fim estava perto. E eu de mãos atadas.
domingo, 2 de maio de 2010
Turbulência
Ela sentia como se todos os insetos malévolos tivessem atingindo a superfície mais frágil da pele. Tudo queimava, explodia, a intensidade dava ordens. As batidas do coração dela aceleravam como um carro em uma pista de fórmula 1. Os músculos, os impulsos eram fortes demais pra serem controlados. Era necessário uma bomba de ar pra abastecer todo o oxigênio que lhes faltava.
O coração mesmo tão enterrado, estava exposto. Aliás expostíssimo. Sangrava pulsando em carne viva e em alma morta. Haviam sentimentos quebrados demais, haviam furacões dentro dela. Ela esperava , insistentemente ,talvez já vencida até , para que o "vazio" daquele determinado espaço fosse preenchido. Mas, ninguém era apto. Eram fantoches da instabilidade de sentimentos delas. Um círculo vicioso de seduções e interesses e oportunidades. Não havia portas mais para serem abertas, não haviam mais permissões. As frustrações sempre se sobressaiam no fim, assim como a esperança já descansava conformada, voavam com as cinzas dela. Não havia espaço pra duas tão contraditórias formas. O fato é que no fim, prevalecia sempre o oco. O oco e o silêncio, já eram velhos moradores daquele terreno.
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